“Tudo que eu queria era estar dentro de você agora, neste domingo, às sete da manhã”, me diz ao telefone. Respondo com voz sonolenta e um tanto sarcástica: “veja como a vida é irônica: estou a 16 km do seu desejo e a 100 anos-luz da minha vontade de satisfazê-lo... O amor da minha vida está a 1.873 formas que inventei de dizer EU TE AMO e, neste momento, deve estar dormindo com outra. Seria maravilhoso se só quiséssemos o inevitável, não?”. Sei que meus comentários o aborrecem, mas o seu desejo o emburrece, e mesmo sendo inteligente, não aceita minhas recusas nem quando elas são feitas com todas as normas da Nova Reforma Ortográfica.
Desligo, tento voltar a dormir. Tarde demais, o dia anuncia muito sol, pretendo praia, desisto, escolho um filme, assisto, mas ainda é muito cedo para ser tarde demais. Algumas lembranças começam a perturbar, eu não precisava lembrar o amor-da-minha-vida-com-outra para ser cruel com o Outro. Repenso o que eu disse: “seria muito bom se só quiséssemos o inevitável, não o impossível”. Seria.
Marla de Queiroz
Triste =//
ResponderExcluirMas pode ser...
Certamente,
ResponderExcluirUma quebra de gelo assim, as 7 da manhã de domingo, seria a redenção...
bela escolha, Lilian!
=)