30 de jan. de 2010

...Apaixone-se por mim.




Não um amor de mesa posta, talheres de prata, toalha de renda, não um amor de terça-feira, água morna, gaveta arrumada.
Apaixone-se por mim no meio de uma tarde de chuva, rua alagada, rosas na mão, um amor faminto, urgente, latejante, um amor de carne, sangue e vazantes, um amor inadiável de perder o rumo, o prumo e o norte, me ame um amor de morte.
Não me dê um amor adestrado que senta, deita, rola e finge de morto, que late, lambe e dorme. Apaixone-se felino,
sorrateiramente, e assim que eu me distrair, me crave os dentes, as
unhas, role comigo e perca-se em mim e seja tão grande a ponto de me
deixar perder.

Ame minhas curvas, minha carne, me fecunde e se espalhe por meus versos, meus reversos, meus entalhes.
Deixe eu me sentir amada, desejada, glorificada em corpo e espírito
(...) preciso que me ensines, que me fales, que me cales, amém.."



(Patricia Antoniete)

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