Gostaria que meu coração fosse como uma porta giratória por onde as pessoas entrassem e saíssem sem que eu desse a mínima. Apenas passassem por mim, deixando souvenirs mas não marcas.
Gostaria de esquecer mais facilmente e recordar com tranqüilidade.
Achar que o sexo é complicado e que o amor é simples.
Deduzir menos e respirar profundamente antes de agir.
Deixar de sentir que um ácido corrói meus ossos e sonhos sempre que alguém parte.
Fazer minha metade vítima parar de chorar por perdas passadas que, de tão dolorosamente lembradas, repetem-se no presente.
Ser menos incoerente.
Parar de dar a alma pelo azul e—amedrontada com a vulnerabilidade de doar-se— trair o azul com o castanho, como diria Paulo Mendes Campos.
Gostaria que minhas neuroses— paradas, imóveis, colocadas de castigo com os rostos voltados para a parede mas sempre à espreita—deixassem de me assustar na hora mais profunda e plácida da noite, congelando meus pensamentos e liquefazendo as sensações, fundindo-as todas em uma poça de suor e esperança.
Amar intensamente o possível e ignorar o distante, difícil, complicado.
Andar leve, abandonar o lastro.
Nunca mais dizer “eu odeio”, “boçal”, “trepar” e “tenho medo”.
Dizer muito mais “sossego”, “adoro quando você fala isso”, “que gostoso”, “sim”.
Gostaria de me tornar a materialização da paz satisfeita de um gato ao sol.
Trocar a ansiedade deterioradora por uma bala de menta.
Ter a pele mais grossa.
Gostaria que alguns deixassem de existir para dar espaço para outros andarem mais livres. Sobraria mais ar. Puro. E então essas pessoas seriam mais bobas, comeriam com as mãos, teriam auto-ironia, andariam descalças com freqüência, cobrariam menos, amariam mais e não veriam a felicidade alheia como uma ameaça para a sua própria.
Mas o que mais gostaria, acima de tudo, é que meu coração fosse como uma porta giratória por onde o amor entrasse facilmente.
E não saísse.
Nunca mais dizer “eu odeio”, “boçal”, “trepar” e “tenho medo”.
Dizer muito mais “sossego”, “adoro quando você fala isso”, “que gostoso”, “sim”.
Gostaria de me tornar a materialização da paz satisfeita de um gato ao sol.
Trocar a ansiedade deterioradora por uma bala de menta.
Ter a pele mais grossa.
Gostaria que alguns deixassem de existir para dar espaço para outros andarem mais livres. Sobraria mais ar. Puro. E então essas pessoas seriam mais bobas, comeriam com as mãos, teriam auto-ironia, andariam descalças com freqüência, cobrariam menos, amariam mais e não veriam a felicidade alheia como uma ameaça para a sua própria.
Mas o que mais gostaria, acima de tudo, é que meu coração fosse como uma porta giratória por onde o amor entrasse facilmente.
E não saísse.
Ailin Aleixo
Taí... quero que as portas do meu coração sejam assim... talvez seja essa a solução... eu resolvi trancar as pesadas portas de carvalho dele. Quem sabe eu consiga tirar a pesada maçaneta enferrujada da porta por algo mais moderno, ne?
ResponderExcluirbjos querida!
lindo.
Amor é paradoxo. Acho que amor e dor também andam juntos.
ResponderExcluir"Gostaria que alguns deixassem de existir para dar espaço para outros andarem mais livres. Sobraria mais ar. Puro."
ResponderExcluirAh Lilian, como eu gostaria disso tbm... assassinos, ladrões, covardes, estupradores deixassem de existir e dar espaço para humanos de verdade viverem em paz!!
Desculpa o desabafo minha flor, mas ainda estou chocada com as últimas notícias... o texto todo é maravilhoso, mas essa frase me chamou atenção pelos acontecimentos...
Um beijo, minha querida!!
Simplesmente amei suas palavras.
ResponderExcluirParabéns Ailin!!!
O fato é que gostaríamos que o nosso sentimento não fosse banalizado pelo outro e tivesse um peso maior dentro da realidade atual.
Abraços, Cela.
Lilian, sempre que entro e leio o seu blog, sinto uma paz imensurável, nao sei explicar.
ResponderExcluirSó posso pedir uma coisa.
Continue assim. Assim eu gosto. rs
Beijo
Vivian Marso
http://vialiesmaltes.blogspot.com
E não saísse.
ResponderExcluirRenata disse:
ResponderExcluirEu queria que fosse simples assim,mas o complicado mora em mim...
:)*
Então, o amor é uma incógnita.
ResponderExcluirora ele te faz chorar sorrindo, ora faz você chorar sofrendo..
Creio eu que você é muito sensivel, assim como eu...
O amor é uma fase que nunca passa.Nunca.
"Trocar a ansiedade deterioradora por uma bala de menta."
ResponderExcluirQueria isso pra mim.
Gostei de quase todo o texto, só não da parte da porta giratória. Véi, o amor entra pela minha porta e já não sai, mesmo sem ser giratória. Eu amo até quando não amo. sou apaixonada desde agora pelo cara que nunca vi(ou que talvez já) e que uma hora vai topar comigo. Ser assim me mata. Me deixa com cara de menina sonhadora. Então, eu queria mesmo era ser ocada igual taboca, pra ver se assim meus dias conseguiriam ter um pouco mais de calma.
ResponderExcluirBeijo!
Alin Aleixo é fodastica!
adorei demais!
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