7 de jul. de 2010

Absurdamente


É madrugada e estou perdoada. Não reflito e não tento entender. Minhas palavras compulsivamente, desprendem-se de mim, saem voando. Absurdo o que escrevo? Absurdo o que sinto? Absurda é a vida. E adoro essa palavra. Vou dizer. Te amo, droga. Te amo, não adianta. Te amo e parece impossível não te amar. Te amo com toda a minha razão, com toda a minha loucura, com tudo de mim que não entendo, e com tudo o que tenho certeza que sou. É no amor que sinto por ti que me perco, e que me encontro. É te amando que cresço assustadoramente. Que sofro desesperadamente. Que mergulho na escuridão. Que ressurjo mais forte. Mais clara, mais leve. É te amando que me sinto a mais viva das criaturas. Te amo, droga. Perto ou longe de ti. Te amo, raciocinando e sonhando. Te amo com os pés no chão e com a cabeça nas estrelas. Te amo hoje, e te amo amanhã. Te amo odiando, duvidando, fugindo, furiosa, vingativa. Te amo serena e doce, e mansa. Te amo no silêncio de mim mesma e no ruído das multidões. Te amo na tristeza decepcionante de minhas limitações e te amo tendo o mundo aos meus pés. Mesmo não tendo você, e agora aceitando a ideia de que talvez nunca tenha, te amo. Porque meu amor é teimoso como eu: acredita e insiste no invisível, no improvável e no impossível.
Renata Bezerra

Furtado carinhosamente da minha querida

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