19 de set. de 2009



Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais - por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse. Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura.. quem sabe.

Caio Fernando Abreu

3 comentários:

  1. Mas como saber se vai mesmo acabar em dor?
    Será que viver do quase é o caminho certo? Ai, como é duro a incerteza, mas talvez em certos momentos ela seja sim o melhor caminho...ninguém sabe, talvez seja medo, loucura, covardia, talvez um pouquinho de cada coisa...quem sabe.
    Muito lindo esse texto, estou adorando seu blog.
    Bjs linda!1

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  2. "Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor."

    Esse eh um dos textos do Caio q mais me tocou, sempre. Pq eu concordo com ele. Eh melhor a incerteza do q a ctza da dor e mtas vzs eh melhor partir antes de tudo virar uma desgraca....
    Gosto mto msm desse texto.rs
    Te amo linda!

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  3. Caio é sempre Caio...
    Lílian é sempre Lílian...
    Ambos são demaisssssss!!!
    Beijos, te amo!

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